A alegria da fé cristã
Gosto demais do texto bíblico de 2Co 12:10 quando o apóstolo Paulo fala:
“Pois quando eu sou fraco é que eu sou forte”.
Esta ideia de Paulo encontra eco na ideia de Sartre que dizia que “nos períodos de ditadura na França éramos realmente livres, pois ali havia grande poder de criatividade”.
É isso: quanto mais difícil, mais nos tornamos criativos. E aqui eu sou totalmente contra o filósofo Nietzsche que dizia, no maravilhoso livro “O Anticristo”, que o cristianismo era fraqueza do espírito e que enterrava a alegria. E não. Não é assim. Jesus nos ensinou a sermos alegres — vale lembrar que o primeiro milagre dele, em Jo 2, foi transformar a água em vinho.
O cristianismo não é a religião da fraqueza e nem da tristeza. É o contrário: é a religião da criatividade. Jesus nos ensina a sermos criativos quando estamos fracos, porque o poder Dele se manifesta quando a gente não tem forças. É como no período de ditadura citado por Sartre: é quando somos impedidos que mais produzimos. É quando não podemos ser que mais somos.
Eu posso tudo naquela que me fortalece (Filipenses 4:13) — inclusive posso suportar não ter nada. Porque vocês sabem que a igreja faz uma tradução errada deste texto, né? O texto não diz que por acreditarmos teríamos tudo, mas que por crermos poderíamos suportar tudo, até não termos nada.
É isso. A fé é um pouco disso: um saltar no vazio, um arriscar, uma aposta (como dizia B. Pascal).
Jesus veio para que todos tenham vida e vida em abundância e, por isso, não devemos romantizar o sofrimento. Mas sofrer faz parte da vida e o cristianismo de modo algum exalta a dor, mas ensina como suportar — com o auxílio de Jesus.
Adoro o Nietzsche, mas nisso aí o apóstolo Paulo deu 1 x 0 nele.